Viagem ao País do Sol Nascente - Ōsaka-jō

Antes de continuar a narração da minha viajem ao Japão, tenho de corrigir um erro que escrevi acima. Confundi Osaka com Kyoto quando me referi que estávamos muito próximo do Castelo… isso foi de facto em Kyoto. Doravante não escreverei nada sem consultar o meu diário de viagem. Peço desculpa pela confusão.

Seis km era a distância que separava o Hotel, do Castelo de Osaka, Ōsaka-jō (em japonês: 大坂城・大阪城).

Acordámos cedo e como ambos temos o gosto pela caminhada, decidimos ir a pé. Esta decisão traria algumas vantagens. Além da prática de exercício físico, poupávamos os yens do transporte e o passeio permitia um contacto mais próximo com a população local e com a essência desta cidade. A segunda maior do Japão.

Parámos numa "Family Mart"(combini), atestamos a mochila de mantimentos para o dia e após o pequeno almoço continuamos caminho.

Poucos metros à frente, deparámo-nos com um conjunto de edifícios de arquitectura tradicional, os primeiros que vi. Resolvi explorar um pouco, mas o meu filho estava renitente pois logo nos apercebemos tratar-se de um lugar de culto onde  os fieis iam fazer as suas orações antes do trabalho.

Respeitosamente ficamos a observar. Chegavam espaçadamente, cada um ao seu ritmo, de fato e gravata e mala de executivo, paravam por breves instantes em frente de uma figura “divina”  e, de mãos em prece  em silêncio faziam a sua oração, terminavam com uma vénia e seguiam... e nós seguimos igualmente o caminho até ao nosso destino. 

Chegámos a uma vasta área verdejante, o Parque do Castelo com acesso gratuito.  As árvores estavam lindas, apesar das folhas ainda não terem atingido  a maturação ideal. Estou extasiada e caminho distraidamente observando tudo que me rodeia,  esquecendo olhar para o chão, tropeço numa raiz saliente e dou um valente tombo... apanhei um susto e o meu filho estava preocupadíssimo... ergui-me o mais depressa que pude e com um galo a despontar na testa seguimos os "três" o passeio por aquele espaço amplo onde a Natureza é rainha.   

Observo o comportamento das pessoas mais velhas que já se devem encontrar aposentadas... Uns dedicam-se à pintura, outros andam de bicicleta pelo Parque, outros caminham vigorosamente, alguns olham-nos e cumprimentam--nos,  eu ainda não aprendi a pronunciar bem a palavra que é utilizada para a saudação mais formal do Japão, mas prefiro pronunciar mal do que não dizer nada e tentando falar ao mesmo tempo do meu filho para disfarçar o sotaque errado,  faço um leve aceno  baixando a cabeça digo:  Konnichiwa.

 Um Sr.  possui um volumoso álbum de fotografias e partilha connosco as suas imagens, são rostos desconhecidos e não entendo o que me quer dizer, o Diogo troca algumas palavras em japonês e vejo a alegria  estampada no rosto desse homem, eu apenas observo esperando a explicação da boca do meu filho, a mesma não tarda a chegar. O Sr. faz "colecção" de todos os turistas que se deixam fotografar por ele e, obviamente, desejava fotografar-nos. Para meu espanto o Diogo desafia-me e aceita, é preciso dizer que o meu filho detesta ser fotografado,  em pose para a fotografia somos fotografados por um estranho e não acho estranho... aproveito a "boleia" a entrego a minha maquina para que nos retrate ficando com um registo que achei não iria conseguir concretizar. Entre sorrisos e acenos de cabeça afastamo-nos deixando o Sr. com as suas fotografias esperando o próximo turista. 

 São 10.44h ( hora local)  e chegámos ao Castelo, adquirimos os bilhetes (600 yens / €4,99, por pessoa )  e a descoberta continua.

O Castelo de Osaka, símbolo icónico da cidade, situada na região de Kansai no centro do Japão, desempenhou um importante papel na unificação do País durante a era Samurai, séc. XVI. 

Os terrenos do Castelo cobrem aproximadamente 60.000 Metros quadrados e contêm treze estruturas que foram designadas importantes bens culturais do País. 

O Castelo levou apenas três anos a ser concluído graças ao trabalho árduo de cerca de 100.000 homens.  Este, tornou-se o centro do novo Japão e trouxe com ele um breve período de paz após séculos de guerra civil.  

A Torre principal de cinco andares apresentava um exterior revestido a folha de ouro e impressionantes ornamentos. Ao longo dos anos o Castelo foi-se  expandindo tornando-se ainda mais imponente. Em 1614 o Castelo sofre um ataque pelo governador do Japão, Tokugawa Leyasu, vencedor da maior batalha de samurais, porém e apesar das forças serem esmagadormente inferiores,  o Castelo não é tomado pelo exercito de samurais.  Será  conquistado, um ano depois,  pelo poderoso Xogunato Tokugawa.  

Em 1868 o Castelo foi destruído em vez de ser entregue às forças anti- Xogunato da restauração Meiji. 

 Nos finais do séc. XX (1995 a 1997),  O Castelo sofreu uma profunda reconstrução.  As Muralhas  e a  Torre de vigia são originais.  desde a reconstrução de Tokugawa,  já a Torre principal é da era Showa ( 1931). O interior do Castelo está dividido em oito pisos albergando o  Museu do Castelo, onde é possível conhecer mais sobre Guerra de Osaka e o regime de Tokugawa. Equipamentos de guerra, máscaras, tapeçarias, entre outros dados históricos.  O 8º andar oferece-nos uma panorâmica da cidade. 

A cidade de Osaka foi oficialmente estabelecida como município em 1889 e passou por um programa abrangente de melhorias que incluía a modernização do abastecimento de água e esgoto e a construção do Porto e um sistema de transporte marítimo.

No séc. XX foi palco de um processo continuo com a  construção de uma infra-estrutura moderna e o apoio do governo local, fizeram de Osaka uma cidade modelo para outras cidades do Japão.