Viagem ao País do sol Nascente _ Nara _TODAI-Ji Temple

TODAI-JI Temple 

Como já era habitual saímos cedo, passámos por uma "combini" e de merenda preparada seguimos à descoberta.
 A entrada foi efectuada pelo mesmo Parque já referido no post anterior o que me permitia ver o aglomerado de veados e contemplar  mais uma vez o Templo Kofukuji.
 Estava eu a registar mais umas fotos  quando  um sr. se aproxima iniciando uma conversa com o meu filho, o que eu já não estranhava pois era  prática constante, mas neste caso era diferente.
 O sr. trazia com ele um tablet e após nos mostrar algumas imagens de Nara  disse-nos que desejava, caso estivéssemos de acordo, acompanhar-nos gratuitamente numa visita guiada a um ponto escolhidos por nós ao qual o meu filho anuiu de imediato, enquanto eu desagradada lhe dizia para não irmos desejando que o sr. não entendesse uma palavra de português. Para mim não fazia sentido uma pessoa dedicar o seu tempo somente por orgulho da sua terra ou menos ainda pela hospitalidade a que já me habituara,  mas o meu filho estava decido a aceitar e lá partimos os três. Os dois caminhavam  à frente conversando animadamente enquanto eu mais atrás um pouco amuada registava tudo que me cativava e o pior é que era tudo mesmo, pois tudo do que vi é lindo no Japão. Confesso, envergonhada,  que até  demorava mais  tempo a fotografar na esperança que o sr. se cansasse e nos deixasse a sós mas a verdade é que surtiu o efeito inverso.
Tinha ficado combinado ele nos mostrar  apenas o Todai-ji Temple mas ao ver o meu gosto pela fotografia decidiu acrescentar mais alguns lugares à visita e eu continuava a dizer ao meu filho, _ prepara-te no fim vai pedir-nos dinheiro..._
É com muita vergonha que confesso que estava totalmente errada. Este desconhecido acompanhou-nos durante uma grande parte do dia dando-nos tempo, algo que quase todos temos dificuldade de dar. Contou-nos muito da história de Nara.  Fez tudo para que eu conseguisse os melhores ângulos fotográficos, empenhou-se de modo a que me fosse possivel fotografar nativos em trajes tradicionais com a autorização dos mesmos. À hora de almoço também ele se fazia acompanhar do seu farnel e levou-nos dentro de um espaço tradicional muito agradável que  obviamente desconhecíamos proporcionando-nos assim uma refeição mais tranquila. No final, quando a despedida chegou,  com um sorriso no rosto que espelhava simpatia e humildade retirou da sua mala dois pássaros e dois veados feitos de origami oferecendo um par a cada um de nós e agradeceu-nos. Senti-me mal, confesso, afinal este sr. que eu temera não só  nos dedicou tempo como não nos pediu qualquer remuneração muito pelo contrário...nada recebeu... apenas deu.
 Aprendi que não devo julgar ninguém antecipadamente. Que existem neste mundo pessoas que se dão apenas pelo prazer de dar.  Estou certa de que no fundo também ele recebeu algo, pois sempre que damos também recebemos.
O dia terminou como o anterior, observando o pôr de sol no mesmo parque. Desta vez subimos até não haver mais chão,  lá no topo a vista era fantástica mais uma  vez a Natureza foi rainha e o pôr do sol foi tão lindo como no dia anterior.
Após o sol se esconder percorremos o caminho até ao hotel o que nos fez descobrir outro local que viríamos a visitar no dia seguinte.
Regressei ao hotel tão cansada quanto serena... e muito feliz.

 Jardim em Nara 

Património Mundial da UNESCO, este grande complexo religioso é composto por  oito santuários 

os principais são três,  Todai-ji, Kofukuji e Horyuji.
Entrada no Todai-jo Temple  600 yens = € 5,20

Todai-ji Temple

Buda Cósmico Daibutsu

Grande Buda Dourado em Bronze

Todai-ji é o maior edifico de madeira no mundo mesmo após ter sofrido uma considerável redução
 ( 2/3) aquando a sua reconstrução em 1709.
 Fundado em 745 pelo imperador Shomu símbolo do poder imperial,  levou 15 anos a ser construído.
No Salão principal podemos observar o Grande Buda de bronze dourado, com 48 metros de altura datado  de 749 também ele o maior do mundo. Uma estátua escura do Buda Cósmico de 16 metros de altura encontra-se no mesmo Salão.

Todai-ji Temple

Subimos a colina cruzando-nos com casas de chá, restaurantes,  jardins e Templos. É uma boa caminhada, muita escada para subir,  ladeadas por lanternas ou marcos de pedra onde os veados descansam ou espreitam o rodopio humano. Pequenos santuários onde a água está sempre presente e os fieis vão passando e a vão bebendo... o caminho vai-se percorrendo e  sem  nos apercebermos estamos no topo da colina e no Todai-ji Temple.  O recinto exterior é enorme e encontra-se cheio de gente,  lá dentro escuto falar português, era um grupo de fotógrafos do Porto que iam numa viagem fotográfica, não resisti e meti conversa, como tínhamos o gosto pela fotografia em comum a mesma prolongou-se  por algum tempo. Observo e fotografo como posso  entre a multidão, saio e volto a entrar por me parecer estar menos gente  mas o Templo continua cheio, repito a entrada, esquecera-me de carimbar os bilhetes, os tais carimbos que eles tem em cada lugar que vamos, não quero perder nenhum, dou-me por satisfeita e retomamos caminho.

Estátua de Pindola ( binzuru no japão)  

Pindola  foi um dos dezasseis arahats, discípulos do Buda. Diz-se que Pindola se destacou no domínio dos poderes ocultos. É comum no Japão acreditar que quando uma pessoa esfrega uma parte da imagem de Binzuru e depois esfrega a parte correspondente de seu próprio corpo, sua doença desaparece.

Estátua de madeira do Guardião  de Komokuten

Vista do interior  para o exterior do Todai-ji Temple

Pintor pintando Todai-ji

Mais uma subida ladeada de lanternas

Sangatsu-do Hall 

Nigatsu-do hall  

O Grande Sino

Origami oferecido pelo sr. 

Todai-ji Temple