Viagem ao País do Sol Nascente _ Japão _ Recantos de Nara

É difícil  nomear e situar tudo que vi e me encantou em Nara.
O Parque Nara, localizado no sopé do Monte Wakakusa, tem a extensão de 502 hectares, fora o espaço de alguns templos localizados nas imediações.
 Neste,  é possivel visitar  lindos jardins, lagos de água cristalina, casas de chá, museus, Templos e Santuários, muita Natureza e uma colónia de mais de 1000 veados em estado selvagem, porém muito dóceis.

Reza a lenda, que um dia um Deus chegou a Nara montado num veado com o propósito de proteger a, na altura,  capital do Japão. Desde então estes dóceis animais são protegidos e considerados sagrados pelos habitantes de Nara. 

Casa de chá

Diz-se que na mão do Grande Budda  cabem cinco pessoas de pé... Será? 

Um edifício com a Cruz de Cristo. Não consegui saber exactamente do que se trata... mas existe sim cristianismo no Japão

Uma das entradas do Parque Nara 

Todas as manhãs,  gostávamos de entrar no Parque e passear tranquilamente entre os veados. Depois, enquanto tomávamos o pequeno almoço,  sentados num banco de jardim,  numa parte do Parque menos povoada de turistas,  observávamos  um casal que todas as manhãs dedicava uma boa parte do seu tempo cuidando dos veados. Dando-lhes de comer, cuidando do pêlo, acariciando-os ou simplesmente desfrutando da sua companhia.

Muito próximo deste lugar  encontra-se um lago onde se espelha o lindíssimo Ukimi-do Pavillon de fformato hexagonal  chama a atenção de pintores e fotógrafos,  cada qual registando da sua forma,  aquele magnifico cenário onde se respira paz.

Ukimi-du Pavillon

Pintor retratando Ukimi-du 

Caminhar à noite pelo Parque foi uma experiência sensorial... os sons da fauna nocturna, os veados que se esgueiravam para os seus abrigos nocturnos, as lanternas que iluminavam os templos, voltámos atrás  só para ver um templo iluminado e mereceu a pena, ténues luzes pintavam as ruas e as casas e nós seguíamos em total segurança e muita tranquilidade o caminho até ao hotel.

A nossa estadia em Nara estava a terminar e já sentia saudades...  No dia da nossa viagem  para Quioto decidimos  passar a manhã ainda em Nara.  Andando pelas ruas encontrámos um jardim  com uma caixa de madeira  e um aviso. " Entrada 200 yen"  não tínhamos  dinheiro trocado que chegasse para os dois, abri a porta e espreitei,  nenhum funcionário por perto...  o meu filho deu-me os 200yen e  disse que fosse visitando o jardim enquanto ele ia tentar trocar dinheiro.  Não se via nenhum estabelecimento  por perto, ao fim de algum tempo, lá arranjou troco num hotel.
 Eu passeava tranquilamente neste espaço zen quando ele chegou, ao longe avistava-se  uma casinha tradicional que decidimos visitar. Era um género de museu de caligrafia japonesa.
 Tirámos os sapatos, como em todos os lugares que visitámos,  (aproveito para abrir um parênteses, se um dia visitarem  o Japão vão com calçado pratico pois nunca se entra de sapatos em lugar algum) e fomos recebidos com a elegância e simpatia já habituais. A visita terminou e nunca ninguém nos perguntou se tínhamos colocado a quantia pedida à entrada, na caixa de madeira... fique impressionada com a confiança que este simples acto mostrou.

O Jardim era lindíssimo e como se encontrava vazio de visitantes passava ainda mais a maravilhosa sensação de paz e tranquilidade.

Chegava a hora de deixar Nara. custou-me um pouco, confesso.
Foram dias maravilhosos e, apesar de a minha filha sempre me dizer porquê voltar ao lugares que já conheces? Eu voltava a Nara com muita prazer.

  Termino a minha visita a Nara com um desejo, esperando que um dia se realize.