Viagem ao país do sol nascente
UMA LONGA VIAGEM…
...COMEÇA SEMPRE POR UM PRIMEIRO PASSO!
Não costumo escrever textos muito extensos nos meus blogues,
mas esta viagem é/foi tão especial que me irei alongar… além de que, este post é
um pouco a introdução da minha viagem ao Japão.
A 26 de Outubro de 2019, embarquei numa viagem de sonho tendo
o meu filho como companheiro, o que só por si tornou este sonho, por mim
nunca sonhado, uma experiência mágica e única.
O itinerário programado abrangia as cidades de OSAKA – NARA –
KYOTO.
No dia marcado acordámos cedo para apanhar o nosso primeiro
voo e depois de longas horas de voos e escalas, até isso eu apreciei, chegámos
ao nosso destino.
Esta seria uma viagem desafiante a diversos níveis, tais como
a possibilidade de viajar até ao outro lado do planeta e ainda assim não gastar uma
pequena fortuna… quando a prioridade é apenas e só conhecer novos lugares e
culturas.
OSAKA foi o primeiro local a descobrir.
Chegados ao aeroporto apanhámos uma camioneta que nos levou
a um humilde, mas muito acolhedor hotel. “Hotel Lucky” o nome estava apropriadíssimo
pois eu sentia-me uma verdadeira sortuda. Situado numa recôndita rua de Osaka, contudo rodeado de tudo que precisávamos.
A minha primeira experiência com este povo foi logo no dia da chegada.
Encontravamo-nos numa rua estreita, para mim assustadora…, ao fundo, um grupo de homens gargalhava e falavam em alta
voz, confesso que me assustei, o meu filho tranquilizou-me e enquanto olhava o GPS, sem termos solicitado quaisquer
informação, dois homens aproximaram-se
de nós e sem entenderem uma única palavra de inglês, observaram o local que buscávamos
e logo nos orientaram através de gestos, sendo que um deles nos acompanhou por
algum tempo e eu continuava assustada… tendo ficado envergonhada pelos meus pensamentos quando vi na minha frente o hotel… fez-nos uma vénia sorrindo e partiu.
À entrada do hotel, uma mulher e um jovem casal recebeu-nos
com um simpático sorriso, o rapaz falava um pouco de português (do Brasil) e
esforçava-se para comunicar o mais possível connosco no nosso idioma. Indicou-nos,
amavelmente, que escolhêssemos um par de chinelos que se encontravam
acomodados ordenadamente no hall e apresentou-nos as instalações.
No final de todas as indicações entrámos no quarto,
onde apesar das pequenas dimensões nada faltava, incluindo um frigorífico que
nos veio a dar imenso jeito nos dias seguintes.
Senti vontade de me esparramar
na cama, mas atirar-me para a mesma seria como me atirar ao chão, sendo que a distância
do solo à mesma era mínima, pensei que iria ter umas noites terríveis mas foi com
grande pasmo que me apercebi nunca ter dormido tão confortavelmente e não
somente pelo cansaço da viagem pois a sensação de repouso absoluto foi sentido
nas noites que se seguiram.
Após nos acomodarmos fomos dar uma volta pelo bairro para
explorar e também comprar algo para o jantar.
Sendo eu vegetariana e tendo como uma das prioridades economizar o
máximo possível, dirigi-mo-nos a uma “ Combini”. Mais do
que uma loja de conveniência, as Combinis, são uma atracção do Japão, talvez
subvalorizadas…, mas aqui temos logo contacto com a cultura japonesa. São
acolhedoras, nunca os funcionários são intrusivos, deixando-nos á vontade,
porém sempre dispostos a ajudar, uma toda variedade de alimentos povoam as prateleiras,
um WC extremamente limpo está ao dispor do cliente, estão abertas 24h por dia e
algumas delas ainda possuem espaço de descanso e consumo onde podemos consumir
os alimentos adquiridos na mesma.
Mas as
Combini não só para o turista de menores posses. Todas as manhãs vários japoneses
invadem as Combini para comprar “ Onigiri” (bolas ou triângulos de arroz) ou um
“ Melon Pan” ( um tipo de pão doce) estes foram sem dúvida os alimentos que mais consumi… além de
deliciosas batatas doces, que fiquei a saber só se vendem no Outono. No Japão o “sentir as estações” é algo muito importante
e como tal, em cada estação do ano se vende um produto da época.
Existem Combinis em todo o lado a poucos metros de distância umas das outras e foi este o método escolhido para as refeições durante a nossa visita ao Japão.
Depois de nos aviarmos fomos para o hotel. Pude observar como as ruas estavam limpas, nem uma beata no chão, muito menos um papel. Ninguém fuma na rua, existindo "casas de fumo" para tal. Os semáforos emitem um sinal sonoro semelhante ao cantar de passarinhos e no chão existem irregularidades marcando a proximidade da passadeira, isto para os invisuais, pude observar também as marcas pintadas no chão indicando qual o lado que devemos seguir, assim, apesar do elevado número populacional, ninguém esbarra em ninguém e estas regras são aplicadas e respeitadas, nas estações de comboios ou metros, nas filas para os restaurantes, entre outros locais. É impressionante o tamanho das mesmas e a calma com que todos esperam a sua vez. As crianças vão sozinhas para a escola, mas todos se sentem responsáveis por elas e estão sempre observando-as e ajudando caso seja necessário. Não vi mendigos nas cidades que visitei, questionei se não existiam e soube que o governos os acolhe para não estarem nas ruas. Os taxistas abrem a fecham a porta, carregando num simples botão, para que o passageiro não tenha contacto com a porta. O japonês não gosta de ser tocado, toquei numa rapariga, sem querer, que ia de bicicleta e ela deitou-me um olhar "assustador"... dizem que é por uma questão cultural e de respeito, mas como vi tanto japonês a utilizar máscara, penso que poderá ser para evitar doenças. Nos dias que se seguiram, em que andámos sempre de transporte público, foi inevitável não comparar com os transportes que costumo utilizar, lá ninguém fala ao tlm no transporte e se conversam entre si é em surdina não incomodando ninguém. Todos vão a ler, ou a jogar nos telemóveis, os japoneses de qualquer faixa etária são "viciados" em jogos. rss. Todos os funcionários são surpreendentemente educados, atenciosos e hospitaleiros.
Neste país senti muita paz , tranquilidade e sobretudo senti-me respeitada. Aconteceram algumas situações que contarei noutros posts que me fizeram ficar com o Japão no coração.
Não será decerto tudo perfeito, mas foi o que vi e senti.
...No
caminho de regresso ao hotel, apercebemo-nos que estávamos a escassos metros do Castelo de Okaka tendo
ficado visita marcada na nossa agenda para o dia seguinte.
Regressámos ao hotel, tentei dormir. O jet-lag,
mas sobretudo as emoções quase não me deixaram adormecer, por fim o sono
venceu.
Adorei a tua descrição e vou continuar a seguir a viagem :)
ResponderEliminarMuito obrigada Pedro. :) Bem vindo. Um beijinho
EliminarLinda descrição Ana. Adorei. Espero continuar a seguir esse périplo que deve ter sido espectacular e dá logo vontade de, na sua primeira descrição, ir lá tb eheheh. Bjs Laura Sequeira
ResponderEliminarMuito obrigada Laura, foi de facto espectacular. Espero conseguir relatar a viagem na sua totalidade. Beijinho grande
EliminarQue beleza!!!! as tuas palavras põem-nos lá contigo, ficaria aqui a ler mais e mais como se lesse um livro.... beijinhos
ResponderEliminarOh amiga que enorme elogio... eu gostava de ter sido escritora.. e também psicóloga e educadora de infância hehehe mas de facto adoro escrever. Um grande beijinho e volta sempre ;) Obrigada!
EliminarComo diz a Noémia, agora apetecia-me continuar a ler e conhecer o Japão pelos teus olhos..adorei. beijinhos
ResponderEliminarObrigada minha querida amiga. Eu a pensar que ia enfatizar os visitantes do blog e afinal todos vós me deram força para continuar :) Obrigada! Um beijinho grande amiga.
EliminarSabes que para mim, o Oriente não é novidade! Tudo que aqui referes já eu te dizia depois de chegar das minhas viagens ao Oriente. Desde a minha visita à Índia (a única em grupo) em 2008, que...sempre que podia ia para a ÁSIA...e, continuava apaixonada mais e mais.
ResponderEliminarEm 2012 decidi ir sozinha para a Tailândia e no ano seguinte para o Vietname, e por aí em diante. às vezes, sou mal compreendida pelas pessoas, quando digo que fui sozinha para o outro lado do Mundo...e, por também dizer que é tudo tão melhor e tão diferente da Europa. Agora finalmente consegues "compreender" a minha paixão e a do teu filho também. Fico contente por te ler e ir sabendo de como tudo foi acontecendo, continua a tua história que eu vou acompanhando sempre que puder.
Olá Kalinka, pois eu sei.... e fico muito feliz por ti, por teres oportunidade, ou por tu criares essa oportunidade, pois as oportunidades surgem da perseverança e força que tu tens.
EliminarEu, como sabes e como aqui digo foi a minha estreia e fiquei rendida... talvez tenha sido uma viagem única em todos os sentidos.. mas dou tanta graça a Deus por ter tido esta oportunidade... -
Obrigada pela visita, pelas palavras e sim continuarei a escrever.
Desejo muito que tu continues tuas jornadas, sempre!
Beijinho